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sábado, 24 de abril de 2010

Dia nacional do samba - sambando em família - Repórter Rio

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PAULO GARRITANO VIROU NOTÍCIA NA AGÊNCIA NACIONAL

Prêmio Vladimir Herzog concede menção honrosa a documentário da TV Brasil

26/10/2010 - 5h23

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Mesmo investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, o problema da pistolagem persiste em algumas partes da Região Nordeste. Foi essa realidade que o programaCaminhos da Reportagem, da TV Brasil, retratou no documentário Pistolagem: Tradição ou Impunidade?. O trabalho recebeu menção honrosa ontem (25), na 32ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

O repórter Paulo Garritano, que gravou o programa, disse estar duplamente feliz, não só pelo reconhecimento, mas também “pela história do prêmio, pelo tema e pela homenagem ao Vladmir Herzog”.

Segundo ele, a reportagem foi baseada em mais de 400 páginas do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pistolagem. Apesar de a investigação ter sido concluída em 2005 e apresentado a identidade de pistoleiros e mandantes, a equipe do Caminhos da Reportagem constatou que em 2009, quatro anos depois, pouco havia mudado no interior da Paraíba, do Ceará e de Pernambuco.

O programa entrevista parentes de vítimas, pessoas perseguidas e até pistoleiros que agem na região.

As imagens do documentário são do cinegrafista Gélson Domingos, com o apoio do auxiliar Carlos Alexandrino.

Edição: Graça Adjuto


JORNAL A UNIÃO

Chocante e pavorosa a reportagem exibida no último dia 28 de janeiro pela TV Brasil. O programa "Caminhos da Reportagem" trouxe à Paraíba o repórter Paulo Garritano. Aqui o corajoso jornalista percorreu os caminhos da pistolagem, e, além de entrevistar os deputados Fernando Ferro e Luiz Couto, ambos jurados de morte, Garritano foi mais além. Localizou e acertou quatro entrevistas com pistoleiros que atuariam nas áreas de Pedras de Fogo e Itambé. Uma das entrevistas teve hora e local acertados pelo próprio pistoleiro: no meio da noite e longe da cidade. Vale ressaltar que nenhum dos entrevistados teve a identidade revelada.

Os relatos deles foram impressionantes e certamente causaram frio na espinha de quem assistiu à reportagem. Dos quatro apenas um fez uma análise daquilo que espera da lei de Deus. Conforme disse, quem vivia naquela vida não merecia ser perdoado. Outro expôs o que realmente pensava da vida. Para ele "A vida não valia nada". Outro se pôs a chorar. Seu choro, porém, não seria pelos outros, mas por ele mesmo, conforme disse. Nenhum, porém, se disse arrependido dos crimes que cometeram até ali. Um deles foi bem sincero quanto a dois tipos de "serviço" que não faria de jeito nenhum, segundo ele: matar mulher e/ou padre. "Mulher não merece morrer. E padre porque o bichinho só faz rezar", explicou o pistoleiro soltando uma tímida risada. Chocante ainda foi o depoimento de um deles quando disse que nem o próprio filho escaparia da morte se fosse contratado para essa finalidade.

Também foram dados alguns preços para "serviços encomendados". O valor mais alto pareceu mesmo o cobrado para a execução de um político. Sem o acréscimo de ágio, o pistoleiro cobraria, a preço de hoje, nada menos de R$ 200 mil. O valor vai caindo de acordo com a importância da vítima. Curiosa também foi a observação de um deles. Conforme disse, a coisa está tão "avacalhada" que alguns pistoleiros andavam cobrando até R$ 500,00 pelo serviço. Os valores, porém, costumariam variar de acordo com os acertos feitos entre contratado e contratante. Feito o serviço, o pistoleiro retorna ao contratante e exige o cumprimento do acerto. "Se não pagar com dinheiro, ele paga com a vida", foi o que disse um deles.

O repórter da TV Brasil, para deixar as cidades de Itambé e Pedras de Fogo, separadas apenas por uma rua que divisa a Paraíba de Pernambuco, teve de ser escoltado por batedores da Polícia Militar. Como dizem que "seguro morreu de velho", Paulo Garritano saiu à noite com todo o material gravado. Ele deve ter sentido o "hálito da morte" quando coletava material para a mesma reportagem em João Pessoa. O cinegrafista e ele faziam a tomada externa de uma mulher que teve o filho assassinado por um policial da pistolagem, quando um carro da polícia passou no mesmo instante. O automóvel teve sua velocidade reduzida e os camaradas não estavam com caras de bons amigos.

TV Brasil, a meu ver, a melhor TV do Brasil.

JORNALISTA E ESCREVE QUINZENALMENTE ÀS TERÇAS-FEIRAS NESTA COLUNA
nonato.nunes@hotmail.com